Desde o dia 1° de maio do ano em curso, o município de Tarauacá implantou um centro específico de atendimento aos portadores de Hepatites Virais, trata-se de um NAE - NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA, localizado ao lado da Unidade de Saúde Maria da Luz, no Bairro Senador Pompeu, e tem como coordenador o DR. MARLINO VITORINO, um médico conceituadíssimo e especialista no assunto.
A finalidade do Núcleo é atender todos os portadores de Hepatites crônicas (tipo B,C e Delta) do município de Tarauacá com plantões diários a partir das 14:00h as 17:00h. Prestando serviços de administração e distribuição de medicamentos necessários ao tratamento, bem como, atendimento médico especializado e específico para acompanhamento e tratamento das Hepatites Crônicas.
"Ainda não possuímos uma estimativa de casos em nosso município, porém, estamos tratando 25 casos de Hepatites B e C, e cerca de 50 casos que já foram tratados e estão sendo acompanhados, ou que possuem o vírus mas não estão replicando(agindo no organismo)."
Ressaltou o coordenador Dr. MarlinoVitorino.
Vale ressaltar que o Núcleo atende apenas as pessoas que fizeram a sorologia com diagnóstico positivo, portanto as pessoas que ainda não fizeram o exame e tem predisposição de fazê-lo ou tiveram contato com portadores da doença, devem procurar a sua Unidade de Saúde e pedir que o médico solicite o referido exame. Prevenir ainda é o melhor remédio.
CONHECENDO MAIS SOBRE O ASSUNTO:
HEPATITES VIRAIS CRÔNICAS: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ATUAL
O objetivo do tratamento da hepatite crônica pelo VHB é paralisar a replicação do vírus, já que ele se integra ao DNA do hospedeiro e dificilmente é erradicado pela medicação. São candidatos a tratamento os pacientes nestas situações:
No Brasil, estimam-se cerca de 2 milhões de portadores da hepatite B e 3 milhões da hepatite C, a grande maioria assintomática ou oligossintomática.
Epidemiologicamente, os vírus da hepatite B (VHB) e da hepatite C (VHC) possuem semelhanças: são transmitidos por via parenteral, transcutânea e transmucosa. Mas também uma diferença: a hepatite B é considerada doença sexualmente transmissível; já a transmissão sexual da C é bem menos freqüente, embora ocorra.
O diagnóstico precoce de ambas as infecções é fundamental. Individualmente, permite acompanhamento e tratamento mais adequados. Do ponto de vista de saúde pública, melhora a perspectiva de controle da epidemia. Portanto, testes para detecção devem ser oferecidos às pessoas com práticas de risco para as duas infecções, ou seja, para quem: usa drogas intravenosas, faz sexo inseguro (sem preservativo), usa tatuagem ou piercing.
HEPATITE B, 10% CRONIFICAM; METADE DESENVOLVE CIRROSE OU HEPATOCARCINOMA.
A Hepatite B é uma infecção do fígado causada pelo vírus da Hepatite B ( VHB ).
Hepatite aguda B:
Após a transmissão há um período de incubação entre 4 a 20 semanas. A infecção aguda pode causar icterícia ( cor amarela dos olhos e pele ) e outros sintomas: falta de força ( astenia ), falta de apetite ( anorexia ), náuseas, dor abdominal. Com menos frequência do que a hepatite C a hepatite B pode ser assintomática. Dores das articulações e artrites assim como lesões da pele semelhantes à urticária podem ocasionalmente ser observadas.
Se houver suspeitas da infecção o diagnóstico estabelece-se pelos marcadores do vírus da hepatite B: HBsAg, anti-HBs,HBcAg, HBeAg e anti-HBe.
Em cerca de 90% dos casos, a hepatite aguda B, é uma doença auto-limitada, evolui para a cura. Após a cura o fígado recupera totalmente e no sangue encontram-se anticorpos que nos indicam que a pessoa teve hepatite B e está imunizada contra esta doença. A imunização é para sempre.
Nos recém-nascidos mais de 90% das hepatites agudas B evoluem para hepatite crónica B, mas nos adultos menos de 1% têm tal evolução.
Nos recém-nascidos mais de 90% das hepatites agudas B evoluem para hepatite crónica B, mas nos adultos menos de 1% têm tal evolução.
Na globalidade cerca de 5 a 10% dos casos de hepatite aguda B evoluem para infecção crónica.
Hepatite Crónica B:
Quando a infecção se prolonga para além de 6 meses a hepatite diz-se crónica.
A hepatite crónica B é pouco frequente na Europa, Portugal incluído. Os indivíduos com hepatite crónica B podem não ter sintomas ou ter queixas ligeiras e inespecíficas. As dores articulares e lesões semelhantes à urticária podem aparecer.
A hepatite crónica B pode evoluir para cirrose e cancro do fígado. Há alguns factores associados que podem estar associados à evolução para cirrose: o consumo de álcool é um deles embora seja o risco seja maior no caso de associação ao vírus da Hepatite C -VHC -.
A hepatite crónica B pode evoluir para cirrose e cancro do fígado. Há alguns factores associados que podem estar associados à evolução para cirrose: o consumo de álcool é um deles embora seja o risco seja maior no caso de associação ao vírus da Hepatite C -VHC -.
Cirrose e cancro do fígado:
A cirrose pode ser silenciosa durante muitos anos e descobrir-se por acaso. Noutros casos a cirrose manifesta-se por icterícia, hemorragia digestiva, ascite ou cancro do fígado. O vírus da hepatite B é o principal factor de risco para o cancro de fígado ( carcinoma hepatocelular ) e tem particular significado em zonas do mundo onde a hepatite B ainda é muito frequente: Ásia e África. Em Portugal a Cirrose Alcoólica e a Hepatite B são as causas principais de Cancro do fígado.
Como se faz o diagnóstico da Hepatite B ?:
Existem os marcadores (antigénios e anticorpos) específicos da Hepatite B. Estes marcadores juntamente com o estudo da função do fígado e o tempo de evolução, permitem ao médico, fazer o diagnóstico e estabelecer se está perante uma Hepatite Aguda B, uma Hepatite Crónica B ou se o individuo tem anticorpos contra o VHB e está imunizado.
A interpretação dos marcadores da hepatite B exige experiência e, é frequente, vermos em pânico doentes imunizados, aos quais foi dito, que têm Hepatite B.
Como prevenir a hepatite B ?:
Deve evitar-se a partilha de agulhas e seringas assim como de instrumentos que possam estar contaminados com sangue ( escovas de dentes, instrumentos de manicura, laminas ). Evita relações sexuais de risco, usando preservativo quando necessário.
A infecção pela via sexual e por picada acidental é mais frequente do que na hepatite C.
A infecção pela via sexual e por picada acidental é mais frequente do que na hepatite C.
O convívio social, beijos, apertos de mão, a partilha de utensílios de cozinha não envolve riscos.
VACINA:
A vacina contra a hepatite B é altamente eficaz e recomenda-se aos recém-nascidos, adolescentes e indivíduos de risco:
- hemofílicos,
- hemodializados,
- presos
- toxicodependentes
- prostitutas
- médicos
- enfermeiras
- auxiliares de acção médica.
O esquema de vacinação mais utilizado é:
1ª dose
2ª dose 1 mês depois
3ª dose 6 meses depois
2ª dose 1 mês depois
3ª dose 6 meses depois
Parece ser desnecessário fazer reforço 5 - 10 anos depois. Se a vacina foi eficaz, como acontece em mais de 90% dos casos no sangue encontram-se anticorpos contra o vírus da hepatite B. É aconselhável fazer a pesquisa no sangue, destes anti-corpos ( anti-HBs ), a partir de 1 mês, depois da última dose da vacina.
Imunização passiva:
Existe imunoglobulina humana anti-hepatite B - IGHB.
Se houve picada com material suspeito de estar contaminado ou após relação sexual suspeita devem administrar-se dentro de 1 - 7 dias IGHB Intra Muscular e deve iniciar-se a vacina noutro local ( deltóide ) no mesmo momento ou dentro de dias
Se houve picada com material suspeito de estar contaminado ou após relação sexual suspeita devem administrar-se dentro de 1 - 7 dias IGHB Intra Muscular e deve iniciar-se a vacina noutro local ( deltóide ) no mesmo momento ou dentro de dias
Os recém-nascidos de mães portadoras do vírus da hepatite B fazem IGHB nas 12 horas a seguir ao parto no músculo anterolateral da coxa e, noutro local, a 1ª dose da vacina que se repete aos 1 e 6 meses. A eficácia protectora é superior a 95%. Em Portugal faz-se o despiste de todas as grávidas e a imunização ( activa e passiva) de todos os recém-nascidos de mães positivas.
TRATAMENTO:
Não há tratamento específico para a Hepatite Aguda B. O repouso justifica-se se houver cansaço. Durante a fase aguda da doença o estômago pode tolerar mal as gorduras que nesse caso devem suprimir-se, mas só durante esse tempo.
A Hepatite Crónica B trata-se com interferão-alfa. Os anti-virais orais são fármacos ainda em estudo. A decisão do tratamento deve ser tomada em centros especializados, por médicos ( geralmente gastrenterologistas ou internistas ) dedicados à hepatologia.
A alimentação dos doentes com hepatite crónica B deve ser normal, sem nenhuma restrição. O ÁLCOOL DEVE SER EVITADO.
Edição e diagramação Deise Figueiredo
Texto complementar:http://www.gastroalgarve.com
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